Sou “a nossa menina” do Hilário Teixeira Lopes
“Se o Hilário ainda estivesse connosco, ia ficar radiante”.
Imaginam ontem de manhã eu descobrir que sou “a nossa menina” do Hilário, da sua filha Elisabete e do neto Miguel? Depois de ter encontrado a Elisabete no facebook, falámos toda a manhã. Às 15h “Se o Hilário ainda estivesse connosco, ia ficar radiante”. Adorei a nossa partilha de histórias e de imagens.
Fiquei tão feliz por saber, primeiro, que no Museu da família Teixeira Lopes em Mirandela «O retrato que está à esquerda do teu, é o meu avô Armindo, pintado pelo Hilário quando era jovem, e o da direita, é o meu com 3 anos, já mais expressionista. Mas o teu destaca-se. 💖»
Segundo, que alegria saber que há 5 anos a doação do meu quadro “deixou o Hilário, nós (eu e o meu filho Miguel), e o Museu, muito felizes”.
Terceiro, a delícia de poder confirmar as minhas memórias de quando, com 5 anos, pousava para o pintor novinho. “A história de “a"nossa" menina, em 1956, no retrato pintado pelo, na altura, jovem Hilário. “ No ano em que nasceu a filha Elisabete.
Aqui fica o resumo com a sua permissão...”Como sabes viver só da pintura, como era o caso do Hilário, tem sempre um retorno incerto, e os materiais são caros, pois é considerado material "de luxo". Então consegue um lugar como Vigilante na SCMisericórdia de Lisboa. Contava o meu pai que lhe foi autorizado ter lá um pequeno espaço para pintar. Assim, conheceu o teu pai, que tendo visto retratos que estava a fazer, lhe encomendou o teu retrato. Foi o Hilário que sugeriu uma dimensão maior, para pintar o teu vestido. E assim aconteceu. Tu pousaste para o Hilário, que entretanto, conversando contigo, incluiu o cãozinho que tu gostavas. Contava o meu pai, que gostou muito de pintar o teu retrato, pois eras uma menina, e colaboraste muito fácilmente, e também porque o teu pai não impôs nada, dando-lhe total liberdade 😉 O Hilário esteve pouco tempo neste emprego, pois tinha que cumprir horários (que nunca gostou...), porque entretanto alugou em Campo de Ourique um Atelier, e porque entretanto queria deixar o retrato e passar para um pintura mais pessoal, mais expressiva, e menos figurativa. Também aconteceu enquanto lá esteve, que muitos dos seus superiores achavam que era um desperdício de talento, ele estar ali como Vigilante... O teu pai era um dos que tinha essa opinião.” Elisabete 💖